quarta-feira, 13 de abril de 2011

Conversas de Buteco

O Diandro reclama de ter que conversar em metropolitano, mas a situação dele e bastante tranqüila se comparar à minha.

Diversas vezes tenho que aturar bêbado aqui no bar, hoje conversei com um cara que tava com dor de cotovelo.
O cara chegou, pediu uma pinga, tomou quieto, pediu a segunda e puxou papo comigo. Dizia ele que minha feição não lhe era estranha, perguntou se eu não tinha um conjunto (também chamado de banda dentre os mais jovens). Muita gente que quer puxar papo comigo me vem com essa pergunta, eu sempre respondo que, apesar de ser cabeludo, não tenho talento com música.
A programação da TV estava muito chata, então cedi papo ao cara. Ele também não me era estranho. Eu conhecia aquele rosto de quando era criança (estou no ramo de botequeiro desde meus 5 anos de idade). O cara freqüentava o bar quando eu era criança.
Daí conversamos bastante, o papo tava legal, falávamos sobre o mercado imobiliário local. O negócio começou a ficar chato quando o cara disse que tava querendo vender seu lote (pequena porção de terra, terreno).
Eu, besta, fui perguntar porque ele tava querendo vender. Daí o cara disse que é porque tinha recém se separado da esposa (não, do cachorro). Daí ele começou a chorar as pitangas, dizendo que a mulher não presta, que ele sempre deu tudo que ela queria, que só não ia provocar uma tragédia porque ele amava os filhos e blá blá blá.
Fiz de tudo pra me esquivar daquela conversa, tentava puxar outros papos e tals. Pedi com o que ele trabalhava. Ele disse que era numa transportadora, que estava viajando bastante e que logo iria pra São Paulo etc etc e etc. Lá pelas tantas (eu já estava atrasado pra ir à aula e minha mãe ainda não tinha voltado do consultório médico) o cara disse o real motivo da separação. Numa de suas viagens ele reencontrou o seu amor de adolescente, dizia que sempre fora apaixonado pela paixão de adolescência e pela esposa, mas que não resistiu e traiu a esposa, por isso tinha se separado. Ele ia começar a chorar mais pitangas. Por sorte minha mãe chegou, mais do que imediato eu saí pra ir à aula.

Coisas assim me acontecem com bastante freqüência, diferença entre o bar e o metropolitano é que no bar eu não posso ser mal educado ou ignorar o freguês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Aventureiros

Piázada que escreve nessa bagaça: